Tão (...)

Acordei, dei um salto para fora da cama e caminhei para a porta, tudo de uma maneira espontânea. Eram três horas, a noite dominava como um leão e a humidade do ar dançava como uma tola perdida. Tinha noção dos elementos que me rodeavam mas, na verdade, era tudo tão aborrecido. Primavera completa e perdida na chuva, dura no frio e rabugenta e velha como o vento. Este estado de melancolia está a parar o meu coração. Sinto que estou a caminhar e ele nem sequer está a bater. Talvez já nem sinta nada, devo ter desaparecido no meio daquele nevoeiro intenso.
Ora bem, desapareci...
E se eu continuar a caminhar e ver a selva à minha frente? Todo aquele verde tão reconfortante aos meus olhos, aqueles sons que me embalam como uma canção de boas noites, aquele calor que faz o meu coração sair, tão vivo, tão encarnado, tão apaixonado até ao ponto de esquecer o tempo. Tudo isto pode ser algo instantâneo se tu não estiveres lá. Mas, meu amor, tu estás lá.
Então os nossos corpos, que costumavam ser parados, tornaram-se fáceis aos movimentos. Caímos juntos. Estamos envolvidos não só pelos beijos que nos unem neste momento mas também por sabermos que estamos um para o outro, para sempre.
Meu amor, eu amo-te.

Sem comentários: