tenho estado longe, melhor dizendo, tenho estado sem coragem para escrever, venho cá todos os dias, mas nada me diz que deva carregar nestes pequenos quadradinhos. talvez porque tenha perdido a capacidade de passar para o papel aquilo que não consigo dizer de verdade (vêm? ainda vou aqui e já está uma pequenina e idiota gotinha a cair, que nervos) ou talvez porque têm sido uns dias demasiado complicados para uma só pessoa. para vos falar a verdade tenho incalculáveis saudades da melhor amiga que me traiu, não devia, mas tenho muitas. tenho saudades do melhor amigo que disse que nunca ia sair da minha beira, que nunca ia afastar-te de mim outra vez, esse, que não me diz nada à mais de um mês, pensava que fazia parte da vida dele mesmo ele tendo uma princesa do lado dele. tenho saudades da minha mãe, da segunda mãe, que me dê abraços e me diga que sou muito forte e vou conseguir que tudo isto passe e tenho saudades do meu amor, que parece que desapareceu, parece que se tornou noutro alguém que não o meu, certamente que no amor de outro coração bem mais vivo que o meu. a minha vida resume-se a isto: saudades. nada é meu, nada nunca foi meu e como receio nunca nada será meu, tudo o que passa por mim, vai. nunca fica. por isso, talvez o melhor é ninguém voltar a chegar a minha beira e dizer que tudo vai ficar bem, eu posso acreditar e mais tarde ou mais cedo vou voltar a sentir isto, saudades de tudo o que foi.
continuo a acreditar que tudo vai ficar bem, sabem? continuo a acreditar que um dia ele vai ter orgulho de mim, sim, da menina que teve, em vez do menino que queria, um dia ele vai acreditar que eu sou capaz, como eu acredito que serei, um dia.

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