o diário.





"Já á muito tempo que não me sentia assim. Já são mais de mil expectativas e ainda mais de milhões de turbilhões de sentimentos inexplicáveis. Eu não sei explicar, é muito mais do que tudo aquilo que eu sou capaz de dizer. Eu dava tudo para me conseguir expressar e dizer-te tudo o que sinto se não tivesse o medo como barreira principal..."

Ela estava feliz e escrevera apenas este parágrafo no seu diário que esfolheava todas as noites. Ela conquistara de novo a felicidade que há quatro meses atrás tivera perdido algures por entre mágoas e desilusões. Ela seria agora outra que teria renascido nas cinzas de memórias inesquecíveis. Ela era, neste momento, incapaz de dizer qualquer palavra que fosse em relação a esta fase da sua vida. Sempre que tentava expressar-se faltava-lhe a voz e as palavras, vinha á tona um sorriso discreto e brilhante, um olhar que não deixava lugar para dúvidas. Já á muito que não se sentia assim.
Caminhava a pé para casa sempre com o telemóvel ao ouvido a ouvir aquela voz que ela sempre diria ser só a melhor voz do mundo, acompanhava a conversa com largas gargalhadas que eram causa de uma enorme e tremenda felicidade louca e espontânea da sua juventude. Ficara sentada nas escadas de madeira de sua casa cerca de 46 minutos a olhar para fotografias, mostravam segredos e segredos, era amor no coração e estaria agora apaixonada.
Ela faria tudo para não voltar a cair no abismo, pois agora a felicidade estaria agora ao seu alcance, assim como estamos ao alcance de coisas concretas, ela estaria ao alcance de algo abstracto, que poderia agora tocar e desfrutar.


FIM

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