ninguém sabe.


« Há uma criança, perdida, só, triste, que chora quando ninguém está a ver, que derrama as lágrimas que nunca ninguém imaginou poderem estar guardadas no seu pequeno coração.
Ela senta-se no vazio , no escuro, e rabisca as folhas brancas do caderno gasto que ninguém sabe que existe, esses rabiscos que ela lhe escreve, os rabiscos que ela deseja que sejam lidos, mas nunca ninguém lerá.
E á noite é só ela e a solidão, a solidão e o lápis que range nas folhas, o lápis e as lágrimas, as lágrimas e a penumbra.
Essa criança sozinha , desesperada, triste, que quando o dia nasce, cresce e se cobre da mais irónica das camuflagens e sai p'ra fora, e sorri, e é feliz, mas não passa disso, uma camuflagem.
Até ao dia em que Alguém aparece e a faz mergulhar, recordar o seu pequeno mundo escuro, vazio, triste, que a atormenta todas as noites, esse mundo em que a criança escreve e pinta de lágrimas, todas as palavras que Alguém inspira. »

Sem comentários: