O sol da noite deixou-nos acreditar que um dia, num mero mergulho afogar-nos-íamos numa envolvência profunda, onde seriamos somente: eu e tu, tu e eu.

A madrugada fez-me acreditar que numa outra serias tu, deitado do meu lado, serias tu a nadar do meu lado. Onde estás, a m o r?

Acreditei com tudo isto, que vêm e que não vêm de mim, acreditei todos os dias que amanhã estarias de verdade, com vontade, com alma e coração do meu lado, sem que eu te puxasse para o meu lado, sem que eu fingisse que acreditava que tu ainda me querias para sempre. Amar-te, não terá isto passado disso?

O medo vai-me deixando perdida e cada dia dou uma passo para trás, continuarei a fingir que está tudo bem? Quando na verdade eu queria poder gritar-te para parares de me matar?

Reparei que alguém, um alguém que não conheço, tenta queimar tudo aquilo que tão mal lhe faz e eu? Porque não consigo queimar tudo isto que sinto por ti? Porque não consigo queimar todas as boas recordações e desistir de ti?