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Outrora eu acreditaria que o amor seria uma carta certa, aquela que jamais estragaria um jogo com batota, aquela que nunca seria utilizada, aliás aquela que ficaria guardada nos confins da sinceridade. Nuns tempos, não muito passados, eu acreditaria que a carta do amor, não sendo nunca utilizada, não seria também nunca derrubada por adversários, e muito menos pelo próprio jogador. A carta do amor seria a única que dava certezas num jogo sofrido. A carta do amor seria a única que garantia a vitória. No inicio ou no final, pouco interessaria, nunca acabaria em derrota. Seria ela, a tal, a que todo o jogador procuraria pela mesa, pela temida mesa. Outrora eu acreditaria, se não tivesse visto o próprio jogador utilizá-la por ambição de ganhar, se não tivesse visto o próprio jogar atirá-la de caras à mesa. Tanto queria vencer, tanto queria ser o vencedor que traiu o amor, acreditando que outra carta lhe daria o mesmo. Talvez até dê-se, mas nunca com o mesmo afecto, com o mesmo sentimento ou até com o mesmo respeito de ficar encolhida para que nenhum outro jogador reparasse nela. Ele atirou-a sem se lembrar de nada. Atirou-a. Ela caiu. Deixou de conhecer o jogador que teria sido o único e grande amor do jogo dela. E a confiança partiu, o amor ainda assim ficou. Poderá ela, num outro jogo poder voltar a confiar no seu jogador? E esse mesmo, terá percebido o que fez?
Traiu o amor simples, mas também o verdadeiro. O jogo terminou.

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