e um dia acordei e percebi que tudo foi mentira; as promessas que fazias, as juras de sangue em que acreditava, as tardes que eu passava a ouvir-te chorar, essas tardes em que eu fazia de tudo para te ver a sorrir, as loucuras que cometi para te fazer feliz, os dias em que discuti horas com pessoas para te defender, as imensas vezes que fiquei revoltada por te magoarem, melhor dizendo, tudo, tudo foi mentira.
quem és tu afinal? que coisas tens aí dentro? passas-te dois meses a enganar-me, passas-te todos estes dias sem capacidade suficiente de dizer que o estavas a fazer. e eu? pensas-te em mim um único segundo? alguma vez te lembras-te que eu nunca te tinha abandonado, que eu nunca te tinha magoado, que eu nunca te tinha deixado sozinha durante todos estes anos, alguma vez te lembras-te durante dois meses dos cinco anos passados? eu só gostava de entender, como foste capaz de me trair desta maneira. eu contava-te tudo, eu amava-o e tu sabias. eu jamais te vou dizer alguma coisa disto, jamais te vou culpar por me teres espetado uma facada, e sabes porquê? porque eu amo-te e sempre que te chamei de melhor amiga, não o fiz a brincar, eu amava-te como irmã, eu confiava em ti mais do que em mim até.
vou acreditar que as coisas acontecem, vou acreditar que tu só ainda não te lembras-te de me contar que me estás a matar, vou acreditar que não te esqueces-te de mim, só não podes dizer-me, só isso. e quando te vir eu vou fugir, de maneira que não me vejas. não te vou dizer absolutamente nada, nem um olá, nem um adeus numa mensagem, tu não tens coragem disso. eu não terei. não terei porque perdi qualquer sentimento que ainda coabitasse em mim, perdi a noção do que é facada e amor, isto, para guardar de ti tudo o que foi bom, tudo em que acreditei.
para que saibas, mataste-me, mas não te vou deixar saber.

1 comentário:

Mariana disse...

tu és superior a isso